Charles Sanders Peirce (1839-1914) deu importantes contribuições para a filosofia, para a matemática e para a lógica. Mas foi principalmente para esta última que a maior parte de seus estudos se voltou. Sua teoria geral dos signos, ou semiótica, foi desenvolvida como uma tentativa de descobrir a lógica que fundamenta as nossas concepções do real e como o conhecimento cresce a partir do compartilhamento e debate de opiniões no interior de uma comunidade. Por isso, o pragmatismo – seu maior legado para a filosofia – foi por ele definido como um método para clarear nossas ideias a partir da análise dos possÃveis efeitos que a adoção de um conceito (uma crença) poderia produzir. A partir de 1905, Peirce passou a considerar o signo como o meio para a transmissão das formas que fundamentam os conceitos, e a comunicação como a mais elevada dos vários tipos de ação do signo. Na semiose, os sÃmbolos se mantêm falÃveis e em contÃnua transformação porque essa é sua natureza: crescer e se desenvolver num universo inteligÃvel e repleto de sentido. Nesse realismo semiótico baseado numa teoria social do conhecimento, a estética fundamenta a ética, e estas fornecem a base para a lógica – compreendida agora como uma teoria geral da comunicação.