Ainda que a diversidade linguÃstica seja um fato incontestável, a lÃngua tem sido vista como homogênea, as regra gramaticais como permanentes e imutáveis e o ensino/aprendizagem de lÃngua portuguesa, em geral associado a noção de “certo e errado†como se houvesse apenas uma única possibilidade de utilização normal da lÃngua. Torna-se, pois, necessário repensar o nosso código gramatical e atualizá-lo, em consequência de existência de um abismo, mais ou menos profundo, entre a norma idealizada e as normas efetivamente praticadas, mesmo pelos falantes mais escolarizados. Os padrões vigentes calçados na tradição dos clássicos, impostos de cima para baixo, já não são tão bem aceitos. Se, por um lado, os falantes, em geral, e os alunos, em particular, costumam dizer que não sabem falar português, que querem aprender português, por outro, os especialistas / profissionais que trabalham, no dia a dia, com a lÃngua reconhecem que “falar e escrever certo é como falam os praticantes da norma culta de um determinado contexto, praticante de todas as áreas. E a norma culta não é definida por legislação, é levantada, pesquisada, aferida, avaliada, estudadaâ€.