A intensificação da presença das novas tecnologias de comunicação e informação tem alterado
significativamente as práticas e relações sociais no mundo contemporâneo, e é esse cenário que orienta
a pesquisa de mestrado em curso, com o objetivo de investigar os sentidos atribuídos aos usos de
dispositivos móveis na sala de aula. Os questionamentos, feitos neste trabalho, têm como ponto de
reflexão a produção cultural dos sujeitos em meio à tecnologia na sala de aula, que enseja práticas
culturais com grandes implicações durante o momento da aula. A partir do uso de um ambiente virtual
que é um território construído, fluido, imaginado e inventado. Entendo os sujeitos como produtores de
cultura, e também como não possuidores de uma identidade fixa, imutável ou integral. Com isso,
procuro discutir, investigar e problematizar sobre quem são os jovens/alunos do ensino médio normal
do Instituto Estadual Sarah Kubitschek, localizado no bairro de Campo Grande, periferia do município do
Rio de Janeiro e quais sentidos são - e podem ser - atribuídos aos usos do celular por ele, no momento
da aula. Penso que estes não possuem uma identidade e cultura fixas, a partir das contribuições de
Stuart Hall, mas que por transitarem por diversos espaçostempos, por estarem em contato com o meio
global a todo o momento, por atuarem neste contexto de globalização, produzem cultura, estabelecem
novas relações e desestabilizam o projeto ainda dado de escola, como formadora de um único aluno, e
nesse caso como formadora de um mesmo modelo de professor.