Este artigo objetiva a análise histórica do segmento de máquinas agrícolas (tratores e colheitadeiras) no Brasil, refletindo os entraves geopolíticos para a indústria genuinamente nacional e sua evolução. Trata-se de pesquisa apoiada em referencial teórico objetivando a compreensão dos contextos históricos, a concepção de desenvolvimento nacional e a gênese e desenvolvimento do segmento industrial. Como ilustração e verificação das contradições dos contextos históricos houve a análise de dados oficiais e corporativos, contraditados com as potencialidades brasileiras, as experiências e os impedimentos para a plena realização nacional do segmento, discutidas sob as premissas de autores da história econômica do Brasil. Conclui-se que os entraves históricos para a industrialização brasileira foram influenciados por oligarquias nacionais em aliança com o capital estrangeiro. Com a Revolução de 1930 mudaram-se os paradigmas, foi erguida a indústria de base e instauradas políticas nacionais-desenvolvimentistas que potencializaram o crescimento econômico, suscitando a gênese da indústria brasileira de máquinas agrícolas. Porém, anos mais tarde, foram revistos pressupostos, abrindo-se o mercado para a instalação de empresas estrangeiras no país. A indústria nacional não resistiu à força estrangeira e à desproteção estatal a partir da segunda metade da década de 1970, desconstituindo-se, desnacionalizando-se, formando o atual oligopólio estrangeiro.
This article aims at the historical analysis of the agricultural machinery segment (tractors and harvesters) in Brazil, reflecting the geopolitical barriers for the genuinely national industry and its evolution. This is a research supported by a theoretical framework aimed at understanding the historical contexts, the concept of national development and the genesis and development of the industrial segment. As an illustration and verification of the contradictions of the historical contexts, there was the analysis of official and corporate data, contradicted with the Brazilian potential, the experiences and the impediments to the full national realization of the segment, discussed under the premises of authors of history economic growth in Brazil. It is concluded that the historical barriers to Brazilian industrialization were influenced by national oligarchies in alliance with foreign capital. With the 1930 Revolution, paradigms were changed, the basic industry was erected and national-developmentalist policies were introduced which potentiated economic growth, raising the genesis of the Brazilian agricultural machinery industry. However, years later, assumptions were revised, opening the market for the installation of foreign companies in the country. The national industry did not resist foreign force and state deprotection from the second half of the 1970s onwards, deconstructing itself, denationalizing it, forming the current foreign oligopoly.
Este artículo tiene como objetivo el análisis histórico del segmento de maquinaria agrícola (tractores y cosechadoras) en Brasil, reflejando las barreras geopolíticas para la industria genuinamente nacional y su evolución. Se trata de una investigación sustentada en un marco teórico orientado a comprender los contextos históricos, el concepto de desarrollo nacional y la génesis y desarrollo del segmento industrial. Como ilustración y verificación de las contradicciones de los contextos históricos, se realizó el análisis de datos oficiales y corporativos, contradiciendo el potencial brasileño, las experiencias y los impedimentos para la plena realización nacional del segmento, discutidos bajo las premisas de autores de la historia económica de Brasil. Se concluye que las barreras históricas a la industrialización brasileña fueron influenciadas por oligarquías nacionales en alianza con el capital extranjero. Con la Revolución de 1930, se cambiaron los paradigmas, se erigió la industria básica y se introdujeron políticas nacional-desarrollistas que potenciaron el crecimiento económico, levantando la génesis de la industria brasileña de maquinaria agrícola. Sin embargo, años después, se revisaron los supuestos, abriendo el mercado para la instalación de empresas extranjeras en el país. La industria nacional no resistió la fuerza extranjera y la desprotección estatal a partir de la segunda mitad de la década de 1970, deconstruyéndose, desnacionalizándola, formando el actual oligopolio exterior.