A partir da perspectiva da cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento, discursivamente apresentada como um processo de parceria entre paÃses semiperiféricos e periféricos para fins de vantagens mútuas, o presente artigo, de natureza teórica, tem por objetivo provocar a reflexão acerca dos termos em que está se dando a cooperação entre Brasil e os PaÃses Africanos de LÃngua Oficial Portuguesa (PALOPs). Para tal, apresenta os projetos e investimentos realizados pelo Brasil, nos últimos doze anos, no conjunto dos PALOPs, notadamente na área de educação com destaque para os atores por eles responsáveis. Os dados coletados revelam que 77,45% dos projetos de cooperação brasileira na Ãfrica, estão sendo realizados nesses paÃses, sendo que a área da educação é que mais está recebendo recursos (15,53%) alocados, principalmente, em formação profissional, alfabetização e formulação de polÃticas públicas para a educação. A conclusão a que se chega é que o direcionamento das ações de cooperação está em consonância com objetivos e estratégias da PolÃtica Externa Brasileira (PEB), refletindo tanto os objetivos de natureza polÃtica e econômica almejados pelo paÃs, como as questões de natureza cultural em face a proximidade linguÃstica e a matriz colonial comum ao Brasil e aos referidos paÃses lusófonos.