O delinear do ano de 1889 foi significativo para a história do Brasil. A República despontava no cenário brasileiro como precursora de um “novo tempoâ€, nesse mesmo ano na “casa velha da ponteâ€, à s margens do Rio Vermelho, na Cidade de Goiás, nascia Cora Coralina1. Em sua trajetória de vida Cora expressou, através da poesia2, suas angústias, alegrias e aflições, recusando as discriminações e o conservadorismo que a sociedade da época lhe impunha. A sensibilidade poética da “menina feia da ponteâ€, como ela própria se auto-denominava, captou o cotidiano de Vila Boa através da experiência de sua exclusão. Mais tarde, suas ações transgressoras levaram-na a ser considerada “aventureira e libertáriaâ€. Nesse sentido, trazer à tona reflexões sobre gênero e literatura em Cora Coralina é situá-la confrontando preconceitos nos mais diversos âmbitos da sociedade e também apresentá-la na explosão de sua subversão.