O panorama da música coral no Brasil passou por uma renovação a partir da década de 1960. Além de ter sido construído um vasto repertório de música popular em arranjos para coros, destacaram-se nomes importantes que atuaram como compositores, arranjadores e/ ou regentes e estabeleceram novos parâmetros para performance vocal em grupo, surgindo o termo Coro Cênico. Os objetivos deste trabalho são levantar uma discussão sobre a definição e aplicação do conceito de Coro Cênico, na perspectiva de um trabalho coral que procura a integração com outras artes como o teatro e a dança e identificar o uso de uma técnica diferenciada do cantor de Coro Cênico. Enquanto alguns autores acreditam que todo o coro é cênico, outros argumentam que nem todo o Coro Cênico é verdadeiramente cênico. Dentro desta nova modalidade coral é de fundamental importância desenvolver uma técnica vocal ampliada, não voltada unicamente para a projeção e homogeneidade sonora, aliada à conscientização interpretativa do cantor e à variedade do repertório, bem como à utilização de jogos teatrais que visam a uma maior presença cênica. Neste sentido, a neutralidade dos cantores no palco é quebrada, fugindo dos padrões tradicionais pré-estabelecidos.
Choral music’s landscape in Brazil has gone through a renovation as of the sixties. Besides the fact that a vast repertory of popular music in arrangements for choir was built, some important names that acted as composers and arrangers and/or conductors stood out and established new parameters for vocal performance in group, giving rise to the term Scenic Choir. The aims of this article will raise a discussion about the definition and application of the concept Scenic Choir, from the perspective of a choir work which seeks the integration with other types of art such as theater and dance and identify the use of a differentiated technique of the Scenic Choir singer. Whilst some authors believe that every choir is scenic, others reason that not every Scenic Choir is truly scenic. Within this new choir modality, it is very important to develop an enlarged vocal technique, not geared only to homogeneous and projection sound, allied to the singer’s interpretive awareness and to the variety of repertory, as well as to the use of theater games aimed at a greater scenic presence. In this sense, the neutrality of the singers on stage is broken, fleeing the traditional, established standards.