O estudo da expressão “corpo apostólico” aplicada à ordem dos jesuítas permite repensar uma série de questões de teologia, desde nossa relação com a Igreja à espiritualidade contemporânea. Para isso, resgata-se primeiro a noção original de um corpo para a missão a serviço da Igreja, conforme a Deliberação dos primeiros companheiros jesuítas. Segundo, a reflexão mostra uma diversidade de possibilidades de relação histórica da Companhia de Jesus com a Igreja, principalmente depois do Concílio Vaticano II. Em terceiro lugar, trata-se de reler as Escrituras à luz da Palavra de Deus que se fez carne para resgatar assim o sentido bíblico de corpo. Em quarto lugar, faz-se necessário revisitar a nossa concepção de corpo em sua relação com o espírito, a partir dos questionamentos de uma filosofia da carne. Em quinto lugar, à guisa de uma teologia espiritual como exercício para reavivar todos os sentidos do corpo que somos, articula-se o modo de rezar proposto por Inácio de Loyola na “aplicação dos sentidos” com a mística contemporânea proposta pelo cardeal poeta José Tolentino Mendonça.
The study of the expression “apostolic body” applied to the Jesuit order allows us to rethink a series of theological issues, from our relationship with the Church to contemporary spirituality of the Church. For this, the original notion of a body for the mission at the service of the Church is rescued, according to the Deliberation of the first Jesuit companions. Second, the reflection shows a diversity of possibilities for the historical relationship of the Society of Jesus with the Church, especially after the Second Vatican Council. Thirdly, it is a question of re-reading the Scriptures in the light of the Word of God who became flesh in order to rescue the biblical sense of the body. Fourthly, it is necessary to revisit our conception of the body in its relationship with the spirit, based on the questions of a philosophy of the flesh. Fifth, in the guise of a spiritual theology as an exercise to revive all the senses of the body that we are, the way of praying proposed by Inácio de Loyola in the “application of the senses” is articulated with the contemporary mystique proposed by the cardinal poet José Tolentino Mendonça.