Diversas são as tecnologias na atualidade a prometerem um corpo mais saudável, com contornos cada vez mais aperfeiçoados. Nesse sentido, vemos uma rede emaranhada de químicas, estatísticas, artigos acadêmicos, indústrias farmacêuticas, capital, universidades, academias, dentre outros mediadores, a coproduzirem aquilo que concebemos por saúde e corpo. Sendo assim, entendemos que a ironia é que, se por um lado, tais tecnologias prometem um corpo otimizado em suas capacidades entendidas como naturais, por outro, acabam no limite, por trazer vertigens para aquilo que, de fato, entendemos por corpo humano. Muitos são os autores que argumentam por um corpo que vem se expandido em suas potencialidades e adquirindo novas habilidades, na justa medida em que parece ser invadido por dispositivos diversos. Em tal terreno nos situamos: um corpo arredio e instável, um ideal de saúde imbricado com tecnologias, uma atualidade de intensa controvérsia sobre as possibilidades de caminhos a serem seguidos. São questões que se colocam na justa medida dos embates das diferentes mediações e tecem – conjuntamente – a realidade em que estamos imersos. Nesse sentido, a partir do referencial da Teoria Ator-rede, o presente trabalho objetiva desenvolver uma cartografia descritiva da produção daquilo que entendemos por saúde na atualidade, mediada pela busca de um corpo “perfeito” em sua interface com tecnologias atuais. A proposta é colocar em evidência a rede heterogênea de mediações que fazem circular formatos acerca da saúde do corpo, bem como as diversas resistências em tal circulação.
Several technologies are today pledged to a healthier body, with increasingly sophisticated contours. In this sense, we see a tangled web of chemicals, statistics, academic articles, pharmaceutical industries, capital, universities, academies, among other mediators to co-produce what we conceive as health and body. Thus, we understand that the irony is that, if on the one hand, these technologies promise an optimized body in their capabilities understood as natural, on the other hand they, they end up in the limits, in fact, understand the body human. Many are the authors who argue for a body that has been expanded in its capabilities and, acquiring new skills just as it appears to be invaded by various devices. In such a ground we stand: an elusive and unstable body, an ideal of health interwoven with technology, a present of. Intense controversy about the possibilities of paths to follow. These are questions that arise in the full measure of the clashes of different mediations, and weave - together - the reality in which we are immersed. In this sense, from the reference actor-network theory, this paper aims to develop a descriptive mapping of the production of what we mean by health today, mediated by the search for a “perfect” body in its interface with current technologies. The idea is to highlight the heterogeneous network of mediation that make circular shapes on the body’s health, and the various resistances in such circulation.
