O futebol, assim como outras atividades físicas, foi culturalmente construído por meio de um binarismo que divide a sociedade em dois blocos: de um lado os homens e do outro as mulheres. Entre espaços socioculturais distintos, existem sujeitos que optam por borrar as fronteiras de uma lógica (vista como) coerente entre sexo-gênero e decidem [res]significar seus lugares de homens e mulheres fora dos padrões esquadrinhados pela cultura e pela sociedade. Diante disso, nosso objetivo é compreender como a inserção das mulheres nos jogos de futebol reverberam em discursos sexistas nas redes sociais. Metodologicamente, esta pesquisa inscreve-se como qualitativa, documental, com interface entre os Estudos de Gênero e Sexualidade[s] e o campo dos Estudos Culturais da Educação. Para este texto, escolhemos como ponto de partida para as análises o Facebook, entendendo-o como uma Pedagogia Cultural na constituição de atravessamentos de gênero e sexualidade que localizam-se nas imagens escolhidas e nos comentários dos/das internautas, fazendo das publicações sobre a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2019 espaços de sociabilidades e de educação em torno das possibilidades da vivência de gênero e/ou sexualidade[s] destes corpos - lidos como femininos - e que entram em campo fugindo das regras pré-definidas pela cultura.