O presente artigo parte de alguns preceitos da filosofia técnica de Gilbert Simondon para se entender a experiência na obra de arte, tais como: a obra pertence a um meio associado, a obra é um objeto tecno-estético produzido por certa tecnologia e aporta tecnicidades, e a obra somente pode ser entendida a partir do sistema meta-estável obra-humano-meio. O conceito simondoniano de meio associado faz-se caro para a Arte, uma vez que aporta um pensamento processual da obra em constante fazer-se com o meio em que se associa. Apreende-se a experiência na obra de arte como um modo de individuação e não uma experiência pessoal, direcionando-se para uma ontogênese que vai além da obra ou do humano em si. Coloca-se, ainda, a pertinência de uma abordagem tecnológica sobre as tecnicidades da obra como um modo de se compreender os processos de individuação da arte a partir de relações transdutivas no sistema meta-estável humano-obra-meio em constante transformação.
This paper uses a variety of concepts and ideas from the technical philosophy of Gilbert Simondon as a means of understanding the act of experiencing the artwork—namely: the artwork as belonging to an associated milieu; the artwork as a techno-aesthetic object produced by technology entraining a particular technicity; and the artwork as being able to be understood only through the artwork-human milieu meta-stable system. The experience of the artwork is understood as a mode of individuation and not as personal experience—as an ontogenesis which goes beyond the artwork or the human as such. We examine the relevance of a technological approach to the technicity of the artwork as a means of coming to terms with its process of individuation through the transductive relations of the continuously-transforming
meta-stable human-artwork-milieu system.