CORPOS ATLETAS: DOPING E POLÍTICAS DA AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING (WADA-AMA)

Sociologias Plurais

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ISSN: 23169249
Editor Chefe: Patricia dos Santos Dotti do Prado
Início Publicação: 05/10/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Filosofia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia

CORPOS ATLETAS: DOPING E POLÍTICAS DA AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING (WADA-AMA)

Ano: 2014 | Volume: 2 | Número: Especial
Autores: Viviane Teixeira Silveira
Autor Correspondente: Viviane Teixeira Silveira | [email protected]

Palavras-chave: Antidoping, WADA, Biopolítica, Governamentalidade

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo nosso objetivo é, fundamentalmente, apresentar a estrutura organizacional de uma agência que promove, coordena e monitora a luta contra o doping no esporte mundial – a Agência Mundial Antidoping. Nossa intenção foi utilizar os conceitos de biopolítica e de governamentalidade para pensar as políticas transnacionais de doping que visam governar corpos dopados e não-dopados. Traçamos nossa reflexão a partir da análise dos testes “fora de competição”. O funcionamento, a estrutura e as políticas da WADA são aqui analisados como dispositivos biopolíticos que operam fundamentalmente no policiamento dos corpos atléticos. Os estudos de governamentalidade de Michel Foucault auxiliam no sentido de pensar a WADA como instituição transnacional com suas práticas de regulamentação que formalizam as políticas antidoping em todos os países. A partir de todo conjunto de políticas antidoping proposto pela WADA, sugerimos que ela constrói uma cultura de vigilância sobre o corpo atleta, produzindo uma disciplina e uma regulação das condutas dos corpos atléticos. A WADA não se limita a operar para detectar quem está dopado e quem não está por meio da realização de testes de drogas e penalizar os atletas que se supõe terem consumido substâncias proibidas. Pelo contrário, as tentativas da WADA são para governar práticas de dopagem por meio da administração de uma série de programas e a implantação de mecanismos disciplinares e biopolíticos. A WADA constrói uma cultura de vigilância sobre o corpo atleta, não somente um disciplinamento dos corpos atléticos, mas também um governamento sobre a saúde e o desempenho tanto dos atletas de alto rendimento, como também expandindo suas ideias de esporte e saúde para toda população, posto que o corpo atleta é considerado como a norma do corpo saudável, padrão a ser seguido, guardadas as proporções, por toda a população. Nesse sentido o antidoping é tomado aqui como uma tecnologia fundamental de governamento dos corpos atletas, de como os seus efeitos se refletem na produção de corpos sadios, em uma ligação entre esporte e saúde.



Resumo Inglês:

In this article our goal is, fundamentally, to present the organizational structure of an agency that promotes, coordinates and monitors the fight against doping in world sport - the World Anti-Doping Agency. Our intention was to use the concepts of biopolitics and governmentality to think about transnational doping policies that aim to govern doped and undoped bodies. We draw our reflection from the analysis of the tests “out of competition”. WADA's operation, structure and policies are here analyzed as biopolitical devices that operate fundamentally in the policing of athletic bodies. Michel Foucault's studies of governmentality help to think of WADA as a transnational institution with its regulatory practices that formalize anti-doping policies in all countries. From the whole set of anti-doping policies proposed by WADA, we suggest that it builds a culture of vigilance over the athlete body, producing a discipline and regulation of the behavior of athletic bodies. WADA is not limited to operating to detect who is doped and who is not through drug testing and penalize athletes who are supposed to have used prohibited substances. On the contrary, WADA's attempts are to govern doping practices by administering a series of programs and implementing disciplinary and biopolitical mechanisms. WADA builds a culture of vigilance over athlete body, not only disciplining athletic bodies, but also governing the health and performance of high performance athletes as well as expanding their ideas of sport and health to the entire population, Since the athlete body is considered as the norm of the healthy body, the standard to be followed, keeping the proportions, for the whole population. In this sense, anti-doping is taken here as a fundamental technology for governing the bodies of athletes, how their effects are reflected in the production of healthy bodies, in a link between sport and health.