CORPOS LACERADOS: O SACRIFÍCIO DA PALAVRA NA OBRA POÉTICA DE GEORGES BATAILLE

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Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

CORPOS LACERADOS: O SACRIFÍCIO DA PALAVRA NA OBRA POÉTICA DE GEORGES BATAILLE

Ano: 2012 | Volume: 8 | Número: 14
Autores: Alexandre Rodrigues da Costa
Autor Correspondente: A. R. da Costa | [email protected]

Palavras-chave: sacrifício, morte, informe, nonsense, Bataille

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Os poemas do pensador francês Georges Bataille afirmam um lugar de indistinção, onde as palavras se dispersam, ao obliterarem o sentido, ao se tornarem paródias de si mesmas. Pensar a poesia, nesses termos, é articulá-la não como interlocução do homem com o mundo, mas como obra a serviço do desespero, no sentido de que a palavra só pode ser utilizada em função de sua própria perda. Dessa forma, o sujeito que escreve o poema não apenas destrói o sentido funcional das palavras, mas também se assassina, no instante em que sua ação leva-o à exclusão, a um não lugar na coletividade. A escrita de Bataille forma, assim, uma espécie de texto canceroso, cujas palavras se multiplicam, ao se dispersarem nas suas próprias feridas, nos cortes que abrem sobre a página. Este artigo objetiva analisar de que forma os poemas de Georges Bataille criam uma desordem que aponta para um lugar inominável, onde os sentidos se perdem, já que o poema é levado à condição de objeto sagrado, no instante em que aquele que o sacrifica nos conduz ao desconhecido, à angústia de uma nudez a partir da qual a morte se abre soberana, imune a qualquer projeto ou plano moral.



Resumo Inglês:

The poems of the french thinker Georges Bataille affirm a place of indistinction, where words are dispersed, when they obliterate the sense, to become parodies of themselves. Think the poetry in these terms is not articulate it more as a dialogue between man and the world, but as the work in the service of despair, in the sense that the word can only be used according his own loss. Thus, the subject who writes the poem not only destroys the functional sense of the words, but also it suicides at the instant that its action leads to exclusion, a non-place in the community. The writing of Bataille thus forms a kind of cancerous text, which words are multiplied, when they disperse themselves in their wounds, in the cuts which are opened on the page. Therefore, this paper aims to examine how Georges Bataille's poems create a disorder that points to an unnamed place where the senses are lost, since the poem is brought to a condition of sacred object, at the instant who sacrifices it leads us to the unknown, the anguish of a naked, from which death opens itself sovereign, immune to any project or moral scheme.