AS COTAS RACIAIS E O ACESSO AO ENSINO SUPERIOR EM DEBATE NO BRASIL: UMA INVESTIGAÇÃO SEMÂNTICO-DISCURSIVA À LUZ DA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO

Revista Eletrônica Areia

Endereço:
Av. Lourival Melo Mota, S/N - Tabuleiro dos Martins
Maceió / AL
57072-970
Site: http://www.seer.ufal.br/index.php/rea
Telefone: (82) 3214-1337
ISSN: 2595-2609
Editor Chefe: Fabiana Pincho de Oliveira
Início Publicação: 01/04/2018
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

AS COTAS RACIAIS E O ACESSO AO ENSINO SUPERIOR EM DEBATE NO BRASIL: UMA INVESTIGAÇÃO SEMÂNTICO-DISCURSIVA À LUZ DA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO

Ano: 2020 | Volume: 3 | Número: 3
Autores: Raul Guilherme Candido da Silva, Jerónimo Pereira, Marília Adrielle Siqueira de Oliveira
Autor Correspondente: Raul Guilherme Candido da Silva | [email protected]

Palavras-chave: ação afirmativa de cotas, desigualdade racial, ensino público superior

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O debate acerca das cotas raciais para o ingresso no ensino superior público no Brasil é uma questão de constante polêmica: de um lado, tem-se aqueles que defendem a política de inclusão e argumentam que ela tende a servir para a luta contra a desigualdade social entre negros e brancos; do outro, há aqueles que afirmam que o sistema de cotas é um privilégio dado às pessoas negras e auxiliam ainda mais a segregação das raças. Levando em consideração as afirmações dos dois grupos, mas dando maior ênfase ao que diz o segundo, objetivamos, neste artigo, por uma abordagem semântico- discursiva à luz da Análise Crítica do Discurso – devorante ACD –, analisar como os discursos ideologicamente opressivos operam contra a política do sistema de cotas raciais para o ensino superior público brasileiro. Tal análise será feita em cima das materialidades discursivas encontradas no vídeo Cotas Raciais, do canal do Youtube TVE – Debates. Para tanto, contemplamo-nos de estudos de van Dijk (2008; 2010; 2015) para versarmos sobre questões de discurso, poder e ideologia; de estudos que nos deem uma vertente em direção às questões específicas de discursos sobre as cotas raciais (PEREIRA, 2008) e como elas vêm sendo investigadas por diferentes princípios disciplinares (ARBACHE, 2006; DAFLON, FERES JÚNIOR, CAMPOS, 2013; etc.). Mediante a análise feita, constatamos que os discursos contrários à ação afirmativa de cotas carregam marcas de poder e dominação ideológica que normalizam o fato de os negros serem socialmente desvalorizados e desprivilegiados em relação aos brancos.

Resumo Inglês:

The discussion on racial quotas for the entrant to public higher education in Brazil is a matter of constant controversy: on one side, there are those who defend the inclusion policy and argue that it tends to help with the struggle against social inequality between black and white people; on the other side, there are those who affirm that the quota system is a privilege given to black people and that it promotes even more the segregation of races. Taking into account the claims from both groups, but giving more emphasis on the claims of the second group, we aim, on this paper, through a semantic- discursive approach in the light of the Critical Discourse Analysis – from now on CDA –, to make inquiries about the oppressive and opposing discourses about the racial quota system for the Brazilian public higher education. Such analysis will be conducted based on the discursive materiality found on the video Cotas Racias, on the Youtube channel TVE – Debates. For this purpose, we draw on the studies by van Dijk (2008; 2010; 2015) in order to discuss on discourse, power and ideology issues; on studies which lead us toward specific issues about discourses on social quotas (PEREIRA, 2008) and how they have been investigated in different areas of knowledge (ARBACHE, 2006; DAFLON, FERES JÚNIOR, CAMPOS, 2013; etc). Through the analysis, we observed that the opposing discourses to the quota affirmative actions carry ideological domination and power marks which normalize the fact that black people are socially depreciated and unprivileged when compared to white people.