Este artigo tem o intuito de refletir sobre a presença dos povos indígenas nos territórios urbanos, em especial os Guarani Mbya, localizados na zona noroeste da cidade de São Paulo, destacando a importância da preservação e estruturação dos territórios indígenas para a reprodução e a sobrevivência de suas culturas. Para essa reflexão, partiremos de uma revisão bibliográfica com o objetivo de entender as noções de território indígena e território urbano, contrapondo a ótica guarani de ocupação e reprodução com a ótica capitalista de se articular no espaço. Na sequência, olharemos para a presença dos povos indígenas na cidade de São Paulo e seus desafios, observando, em particular, os Guarani Mbya com seu modo de viver e ocupar a terra, para ressaltar as formas de violência e os processos de exclusão aos quais esses povos foram submetidos, que, todavia, resistem e sobrevivem na cidade.
This article intends to reflect on the presence of indigenous peoples in urban territories, especially the Guarani Mbya, located in the northwest of the city of São Paulo, highlighting the importance of preserving and structuring indigenous territories for reproduction and survival of their cultures. For this reflection, we will start with a bibliographical review with the objective of understanding the notions of territory and urban territory, contrasting the Guarani view of occupation and reproduction of the territory with the capitalist perspective of articulating territorially. In the sequence, we will look at the presence of indigenous peoples in the city of São Paulo and their challenges, observing in particular the Guarani Mbya with their way of living and occupying the land, to highlight the violence and exclusion processes submitted to this people which, however, resists and survives in the city.