Diante da situação de crise sanitária, ocasionada pela pandemia da Covid-19, nos marcos da crise do capital, torna-se necessário explicitar como esse cenário impacta a dinâmica prisional, com ênfase na realidade sergipana. O presente artigo tem como objetivo principal proporcionar um processo reflexivo-crítico acerca da configuração do sistema prisional em Sergipe em tempos de pandemia, com uma revisão bibliográfica e pesquisa documental, a partir do materialismo histórico dialético, como método de análise. Identificamos como as condições precarizadas do sistema prisional propiciam a expansão da pandemia, expondo seus(uas) internos(as) às mais variadas violações de direitos e situações de matabilidade. Tais impactos revelam-se mais contundentes perante à juventude negra e pobre, que compõe a maior parte da população prisional, processo que escancara as particularidades da dimensão do racismo estrutural, e do projeto de controle sócio-racial. Ademais, demonstramos algumas das medidas utilizadas para mitigar os efeitos da pandemia nesse espaço que, apesar de importantes, revelam-se limitadas, diante de todo o cenário caótico do cárcere sergipano. Como poderemos perceber, tais elementos explicitam os fundamentos das medidas de aprisionamento e das formas de controle capitalista mobilizadas em face do excedente de força de trabalho, e que no contexto de pandemia tem essa condição agravada nas prisões.
In view of the health crisis situation, caused by the Covid-19 pandemic, within the framework of the capital crisis, it is necessary to explain how this scenario impacts the prison dynamics, with an emphasis on Sergipe's reality. The main objective of this article is to provide a reflective-critical process about the configuration of the prison system in Sergipe in times of pandemic, with a bibliographic review and documentary research, based on historical dialectical materialism, as a method of analysis. We identified how the precarious conditions of the prison system favor the expansion of the pandemic, exposing its inmates to the most varied violations of rights and situations of killings. Such impacts are most striking in the face of black and poor youth, who make up the majority of the prison population, a process that opens up the particularities of the dimension of structural racism, and of the project of socio-racial control. In addition, we demonstrate some of the measures used to mitigate the effects of the pandemic in this space, which, although important, are limited, given the whole chaotic scenario of Sergipe's prison. As we can see, these elements explain the fundamentals of the imprisonment measures and the forms of capitalist control mobilized in the face of the surplus of the workforce, and that in the context of a pandemic this condition is aggravated in prisons.