A crítica a “tudo quanto apresenta um caráter de fabuloso” nas memórias de Alexandre Rodrigues Ferreira redigidas na viagem filosófica (1783-1792)

Revista de História e Historiografia da Educação

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ISSN: 2526-2378
Editor Chefe: Cláudio de Sá Machado Jr.
Início Publicação: 01/01/2017
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: História

A crítica a “tudo quanto apresenta um caráter de fabuloso” nas memórias de Alexandre Rodrigues Ferreira redigidas na viagem filosófica (1783-1792)

Ano: 2019 | Volume: 3 | Número: 7
Autores: Breno Ferraz Leal Ferreira
Autor Correspondente: Breno Ferraz Leal Ferreira | [email protected]

Palavras-chave: Alexandre Rodrigues Ferreira; América portuguesa; Fábulas; Ameríndios; Ilustração

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O propósito deste artigo é analisar a crítica ilustrada do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815) às narrativas sobre a América – principalmente referentes ao Reino Animal – que, segundo ele, apresentavam caráter de “fábula”. Utilizaremos basicamente as memórias redigidas durante a viagem filosófica pelas capitanias do Grão-Pará, Rio Negro e Mato Grosso (1783-1792), em particular as “Observações gerais e particulares sobre a classe dos mamais” (1790) e outras referentes aos povos indígenas da América portuguesa. Inicialmente, descreveremos a formação do naturalista no curso filosófico da reformada Universidade de Coimbra após 1772 e as instruções de viagem que recebeu. Em seguida, discutiremos a análise que teceu dos corpos dos ameríndios, destacando particularmente sua concepção de “monstro”, e examinando a sua análise da suposta existência do Homo caudatus. Por fim, destacaremos outros casos em que utilizou a noção de “fábula”, isto é, para referir-se às crenças e práticas dos ameríndios e, em seguida, para questionar a interpretação que os missionários cristãos fizeram das mesmas crenças e práticas. Argumentaremos que sua crítica se baseou em autores que entendeu como “modernos”, em particular William Robertson.



Resumo Inglês:

The purpose of this article is to analyze the enlightened criticism of the naturalist Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815) to the narratives about America - mainly referring to the Animal Kingdom - which, according to him, presented a "fable" character. We will use basically the memoirs written during the philosophical journey by the captaincies of Grão-Pará, Rio Negro and Mato Grosso (1783-1792), in particular the "General and particular observations on the class of mamals" (1790) and others referring to indigenous peoples of Portuguese America. Initially, we will describe the formation of the naturalist in the philosophical course of the reformed University of Coimbra after 1772 and the travel instructions he received. Next, we will discuss the analysis he made of the Amerindian bodies, particularly highlighting his conception of "monster", and examining his analysis of the supposed existence of the Homo caudatus. Finally, we will highlight other cases in which he used the notion of "fable", that is, to refer to the beliefs and practices of the Amerindians, and then to question the interpretation that the Christian missionaries made of the same beliefs and practices. We will argue that his criticism was based on authors he understood as "modern", in particular William Robertson.