Este artigo pretende, a partir da problematização dos preceitos modernos de crÃtica, propor direções para a abordagem do entretenimento pelo jornalismo cultural, em contexto de ausência de parâmetros estéticos estáveis e de desconfiança acerca de qualquer discurso que se apresente como educador de sensibilidades. Farol orientador de gostos e tendências estéticas, a crÃtica moderna, de base hermenêutica, configurou-se como tarefa de interpretação elitista, que oferecia sentidos ao caráter lacunar da obra de arte. Se, em face do imediatismo do entretenimento, tal movimento torna-se obsoleto, como reativar a crÃtica, hoje, acerca dos produtos da indústria cultural? Quais seriam as possÃveis entradas para um jornalismo cultural crÃtico, que não se restrinja a divulgar e descrever essas manifestações? Em face dessas questões, buscamos, por meio de estudos como os de Dyer (2002), Gabler (1998) e Luhmann (2005), discutir a própria ideia de entretenimento, extraindo dela elementos que possam apontar caminhos para a atividade crÃtica na cultura midiática contemporânea.