O presente artigo visa refletir acerca das novas formas de manifestação da crítica feminista, tendo em vista especialmente a crítica de esquerda produzida pelo movimento, de modo a compreender como se deu a transição de um modelo crítico radical para um modelo reformista, ou seja, o relativo desligamento das noções de classe e propriedade e a ascensão de um modelo crítico que compreende a questão da mulher a partir, por um lado, de questões mais específicas ao campo do feminismo e, por outro, menos hierarquizadas, através da interseccionalidade. O artigo pretende também observar se ocorreu ou não a aproximação, em nível discursivo e estratégico, entre as propostas da esquerda com aquelas produzidas originalmente pelo feminismo liberal, tendo em vista o discurso dos direitos.