Com o crescimento da economia brasileira durante a primeira década do século XXI, as operações de Fusões e Aquisições (F&A) têm experimentado um franco crescimento. Segundo trabalhos recentes sobre o tema, esse tipo de operação objetiva primordialmente o alinhamento estratégico e não o ganho imediato de valor. Tal observação é corroborada por trabalhos empÃricos que encontram fortes evidências de que a empresa adquirente frequentemente perde valor de mercado por meio da queda no preço das suas ações nos dias subsequentes à combinação empresarial. No entanto, estudos sobre o tema nos mercados europeu e norte-americano chegaram a resultados distintos. Nesses outros ambientes de negócios, existem estruturas regulatórias e uma cultura de proteção aos acionistas minoritários que não se observam no Brasil. Por outro lado, a estabilidade econômica brasileira é relativamente recente, sendo permeada por algumas crises nacionais e internacionais durante a década de 1990, além de um elevado número de privatições que fez surgir alguns grandes grupos econômicos nacionais. Tais elementos tornaram esse perÃodo um intervalo temporal único, e sendo assim, as evidências encontradas por estudos considerando esse particular intervalo temporal podem não ser válidas para a atual realidade brasileira. Dessa forma, o presente artigo busca, por meio de um estudo de caso que considera 63 operações de F&A cujas empresas adquirentes encontram-se listadas na BOVESPA, analisar a criação de valor para o acionista da empresa adquirente considerando uma janela temporal de 20 dias antes e 20 dias após o anúncio do Fato Relevante que dá inÃcio a combinação empresarial. Foi utilizado o método do retorno de mercado ajustado para observar a criação ou destruição de valor para o referido acionista. Os resultados sugerem que os investidores têm informações sobre a operação de Fusão e Aquisição antes da divulgação do Fato Relevante pelas empresas, fazendo com que as ações experimentem altas em seus preços dias antes doanúncio ao mercado.