A diversão através do ato de brincar surge como algo primordial na infância, sendo crucial para o avanço nas áreas mental, social, sentimental e de movimento. No caso das crianças com perfis neurodivergentes, a exemplo daquelas extraordinárias com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a maneira como elas lidam com brinquedos comuns — como bonecas ou carrinhos com pistas — ganha contornos especiais, que espelham seus jeitos únicos de entender o mundo e de pensar. Este estudo tem como foco investigar justamente esses modos de interação e seus efeitos no crescimento infantil, utilizando uma análise teórica que se aprofunda em diversas fontes especializadas. A análise se detém em três pontos chave: as formas de interação sensorial e cognitiva, a evolução das capacidades sociais e de comunicação através do faz de conta, e o aprimoramento das habilidades de movimento e de organização. Os achados revelaram que as brincadeiras das crianças com neurodivergência, mesmo que às vezes pareçam óbvias, são, na verdade, maneiras de se adaptar e de aprender, ajudando a desenvolver qualidades como a atenção aos detalhes, o autocontrole das emoções e a comunicação sem palavras. Além disso, a pesquisa ressalta como é essencial que as práticas de ensino e de terapia considerem valor à neurodiversidade, aceitando o brincar como uma forma sincera de progresso na infância. A conclusão é que entender essas interações é fundamental para criar espaços que acolham e funcionem melhor, dando todo o suporte necessário ao desenvolvimento pleno das crianças neurodivergentes.