Crianças vítimas de violência: caos, complexidade e resistência

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Início Publicação: 31/10/1969
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Saúde coletiva

Crianças vítimas de violência: caos, complexidade e resistência

Ano: 2003 | Volume: 17 | Número: 1
Autores: Sarita Teresinha Alves Amaro
Autor Correspondente: Sarita Teresinha Alves Amaro | [email protected]

Palavras-chave: violência, vitimização, abuso, crianças, adolescentes, resistência

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes cresce em cifras e é cercada
por silenciamentos familiares, sociais e institucionais. A comunidade científica tem dado a essa
questão uma visibilidade importante. No entanto, a última tese anunciada de que a violência é reproduzida
intergeracionalmente, tendo o sujeito vitimizado como algoz, nos causa inquietação.
O desconforto com o fatal-determinismo dessa leitura científica e suas conseqüências sociais fez
com que nos debruçássemos sobre a questão e construíssemos uma investigação organizada sobre
novas premissas, indagações e bases. Nossa premissa: a criança, mesmo diante de sua
vulnerabilidade e, muitas vezes, por conta dessa condição, pode resistir ao abuso. Essa premissa
iluminou nossa tese doutoral, em que interfaceamos o fenômeno do maltrato com a infração infantojuvenil,
numa perspectiva complexa. O estudo das histórias de crianças e adolescentes vitimizados
permitiu-nos perceber que cada sujeito, individualmente, dada a sua construção subjetiva particular,
organizava respostas mais ou menos resistentes ao abuso. Da particularidade à complexidade das
histórias de vida, identificamos desenhos atitudinais, corporais e relacionais reveladores de uma
genealogia da resistência à vitimização. Identificamos sete diferentes níveis, dando-lhes denominação
e ordenamento. Esses e outros achados da tese compartilharemos neste artigo.



Resumo Inglês:

A home circle violence against children and adolescents increases amount in the
country and in the world, maintained by familiar silence, social and institutional. The scientific society
has given an important visibility to this basis. Yet, the last announced thesis, that the violence is
reproduced by having the victim as executioner, causing us worry. The discomfort with the fataldeterminism
of this scientific reading and its social consequences has made us bend over the question
and built an organized investigation about new premises, searching and basis. Our premise: the child
even before vulnerability and, many times by this condition, can resist to the abuse. This premise lighted up our doctorate thesis, in which we restore relationship between the abuse phenomenon with
the children and adolescents infraction, in a complex perspective. The studies of the stories of the
victimized children and adolescents has permitted to notice that each one has given its own subjective
construction, organizes answers more or less resistant to the abuse. From particular to complex of the
life's stories, we identified attitude drawings, corporal and related revealer of resistance to victimized.
We identified seven different levels, giving them denomination and ordering. These and other discoveries
of the thesis shared in this article.



Resumo Espanhol:

La violencia intrafamiliar contra niños y adolescents crece en cifras alarmantes en el
país y en el mundo, mantenida por el silencio familiar e institucional. La comunidad cientifica tiene
datos de esas importantes cuestiones visibles. Con todo, la última tesis anunciada, de que la violencia
es reproducida intergeneracionalmente, muestra al sujeto víctima como algo que nos causa inquietud.
La incomodidad con el fatal-determinismo de esta lectura científica y sus consecuencias sociales
hace con que nos volquemos hacia la cuestión y construcción de una investigación organizada sobre
nuevas premisas, indagaciones y bases. Nuestra premisa: el nino aún delante de su vulnerabilidad,
muchas veces por esa misma cuestión, puede resistir al abuso. Esa premisa iluminó nuestra tesis de
doctorado, en la que intercambiamos el fenômeno del maltrato con la infracción infante-juvenil, en una
perspectiva compleja. El estúdio de las historias de niños y adolescentes víctimas, permitió percibir
que cada sujeto individual, dada su construcción subjetiva particular, organizaba respuestas más o
menos resistentes al abuso. De esta particularidad a la complejidad de las historias de vida, identificamos
diseños actitudinales, corporales y relaciones reveladoras de una genética de la víctima a
resistir. Identificamos siete diferentes niveles, dándoles denominación y organizándolos. Esos y otros
argumentos de la tesis, los compartiremos em este artículo.