A crise da democracia liberal é o grande tema da teoria política do início do século XXI. Com as eleições de Recep Erdogan na Turquia, Rodrigo Duterte nas Filipinas, Viktor Orbán na Hungria, Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil, uma parcela da literatura especializada passou até mesmo a considerar como plausível o fim da democracia. O presente artigo defende a tese da existência de duas abordagens gerais sobre o tema. Uma primeira abordagem é aquela que identifica a democracia liberal como o ápice do regramento institucional democrático e que precisa, portanto, ser salva. Para esses intérpretes, o populismo seria o principal culpado pela crise da democracia liberal e por isso deveria ser extirpado da vida política. A segunda abordagem inverte o problema: se as instituições políticas estão em crise, a culpa não é do populismo, mas sim da própria forma de governo. O populismo surgiria apenas como um efeito colateral dos limites da democracia liberal.
The crisis of democracy is the major theme of early 21st century Political Theory. With the elections of Recep Erdogan in Turkey, Rodrigo Duterte in the Philippines, Viktor Orbán in Hungary, Donald Trump in the United States and Jair Bolsonaro in Brazil, specialized literature has even considered plausible the idea of the end of democracy. This paper defends the thesis of the existence of two general approaches to the crisis of democracy produced in this early 21st century. A first approach is one that identifies liberal democracy as the culmination of democratic institutional order and therefore needs to be saved. For these interpreters, populism would be the main cause for the crisis of liberal democracy and should therefore be removed from political life.The second approach reverses the problem: if political institutions are in crisis, the cause is not populism but the form of government itself. Populism would emerge only as a side effect of the limits of liberal democracy.
La crisis de la democracia liberal es el tema principal de la teoría política a principios del siglo XXI. Con las elecciones de Recep Erdogan en Turquía, Rodrigo Duterte en Filipinas, Viktor Orbán en Hungría, Donald Trump en Estados Unidos y Jair Bolsonaro en Brasil una parte de la literatura especializada incluso ha considerado como plausible el fin de la democracia. Este artículo defiende la tesis de la existencia de dos enfoques generales sobre el tema. Un primer enfoque es aquel que identifica la democracia liberal como el ápice del gobierno institucional democrático y, por lo tanto, debe salvarse. Para estos intérpretes, el populismo sería el principal culpable de la crisis de la democracia liberal y, por lo tanto, debería ser exabastectede de la vida política. El segundo enfoque revierte el problema: si las instituciones políticas están en crisis, no es populismo sino la forma misma de gobierno. El populismo sólo surgiría como un efecto secundario de los límites de la democracia liberal.