O presente artigo tem como objetivo propor que a crise da Justiça, mais do que uma questão normativa ou jurÃdica, retrata também um problema de natureza cultural e administrativo-gerencial. Para tanto, primeiramente é demonstrado que o atual aumento do número de conflitos de interesses é uma decorrência inesperada da própria complexidade da sociedade presente no Estado Democrático de Direito. Com isso, é possÃvel analisar as razões porque a crise da Justiça é um problema cultural da sociedade, a qual não adota de forma satisfatória os métodos consensuais de resolução de controvérsias. Posteriormente, é sustentado que a ausência de uma prestação jurisdicional de qualidade é consequência, igualmente, da falta de uma gestão profissionalizada da organização administrativa dos órgãos judiciários. Ao final, é concluÃdo que a mudança do comportamento dos agentes jurÃdicos e uma melhor administração do Judiciário são essenciais para a pacificação jurÃdico-social.
This article aims to propose that the crisis of Justice, more than a legal or normative question, is a cultural and administrative-management problem. To do so, at first, is shown that the current increase in the number of conflicts of interests is an unexpected consequence of the complexity of the society in a democratic state. This makes it possible to analyze the reasons why the crisis of Justice is a cultural problem of the society, which embraces not satisfactorily the alternative dispute resolution. Subsequently, it is argued that the absence of a jurisdictional service with quality is a result also of the lack of professional management of the administrative organization of the judiciary. At the end, it is concluded that changing the behavior of legal actors and better administration of the judiciary are essential for legal and social peace.