As ciências de identificação de plantas passam por uma crise paradigmática. Essa ciência teve seu inÃcio com a taxonomia de Lineu, baseada em caracterÃsticas morfológicas, e teve a partir de Darwin a evolução como paradigma central. Desde o século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na classificação dos seres vivos, com o uso da genética molecular na comparação de genomas. Mais recentemente, com avanços na biologia molecular e na bioinformática, mapeamentos genéticos e diagnósticos passaram a ser cada vez mais rápidos e precisos, provocando mudanças de nome (espécie) e famÃlia de algumas plantas, algumas vezes em poucos anos. Essas mudanças não afetaram populações tradicionais, agricultores familiares e mateiros, que continuam usando alguns caracteres tidos como secundários (estruturas vegetativas) para a sistemática clássica. Tais aspectos dendrológicos não só permitiram identificar as plantas com nomes populares, mas também a reconhecer seus usos, pois serviram de remédio, comida, uso na marcenaria, em construções e energéticos, entre outros. O que se propõe é a valorização desses conhecimentos em articulação com os novos paradigmas cientÃficos, visto que ambos são complementares e contribuem, cada qual com suas peculiaridades, um com maior relevância e o outro com maior precisão, ao entendimento da flora arbórea, suas potencialidades e contribuições para a espécie humana.
Palavras-chave: Sistemática vegetal. Conhecimento tradicional. Filogenia.
The plant identification sciences are facing a paradigm crisis. This science began with Linnaeus
taxonomy, based on morphological characteristics, and its central paradigm is evolution, brought by
Darwin. Since the twentieth century, genetics and physiology have become important for the classification of living beings by using molecular genetics in the comparison of genomes. More recently, due to advances in molecular biology and bioinformatics, the genetic mapping and diagnostics have become faster and more accurate, resulting in changes of name (species) and family of some plants,
sometimes those changes happen in a few years. These changes did not affect traditional populations,
family farmers and foresters, who continue using some characters taken as secondary (vegetative
structures) to the classical systematic. Dendrological aspects not only made it possible to identify
plants with popular names, but also to recognize their uses, since they were used as medicine, food,
in carpentry, construction and energy, among others. We propose the valorization of this knowledge
in conjunction with the new scientific paradigms, as both of them are complementary and contribute,
each with its own peculiarities, one with greater relevance and the other with greater precision, to the understanding of arboreal flora, its potential and contributions to the human species.