O estudo objetivou compreender a cultura da Educação Física Escolar (EFE) da rede pública de ensino de uma cidade do interior do RS. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso etnográfico. Os instrumentos utilizados foram a observação participante e o diário de campo. A dinâmica utilizada consistiu em perceber, registrar, ordenar, comparar, interpretar e especular sobre a temática. Participaram quinze professores de Educação Física de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental. As considerações transitórias foram: a) quanto às condições de trabalho dos professores, existe uma cultura do uso da quadra de esportes como espaço físico e de bolas de esportes como materiais para o desenvolvimento das aulas de EFE; b) relativamente à organização da EFE implementada pelos professores, há uma cultura da realização das aulas no contraturno escolar, da não ocorrência de aulas em dias de chuva, devido à falta de disponibilidade de espaço físico coberto, bem como uma falta de privacidade no desenvolvimento das aulas, pois são realizadas em espaços abertos ao público; c) em relação à prática pedagógica dos professores de EFE, ainda se cultiva a ideia de que as turmas de alunos devem ser separadas por sexo, pelo desenvolvimento do esporte como conteúdo, tendo como critério a escolha do conteúdo pelo interesse do aluno, bem como o não planejamento das aulas pelos docentes; e d) sobre a socialização profissional dos professores de EFE, existe uma cultura de que esses profissionais não precisam participar das decisões da escola, o que se configura como isolamento docente.