Este artigo aborda a "cultura de pós-guerra", conceito cunhado para dar conta de aspectos em certa medida esquecidos pela História. Analisar o perÃodo da Guerra Fria através do conceito de “cultura de pós-guerra†permite proporcionar uma melhor dimensão da sensibilidade social do perÃodo. Partindo das controvérsias a respeito da Guerra Fria, pretendemos evidenciar de que maneiras o conceito de “cultura de pós-guerra†se torna útil para os estudos do perÃodo, articulando o aspecto nuclear da Guerra Fria com sua negação e tendo como ponto importante o ano de 1968. Além disso, procuramos destacar o medo do fim da espécie humana como elemento indispensável para a articulação do conceito, através do uso da noção de exterminismo de E. P. Thompson. Por fim, procuramos demonstrar como a História da Cultura opera de forma pertinente para uma melhor compreensão do fenômeno da Guerra Fria.