O presente artigo aborda a apropriação da cultura escrita pela criança na Educação Infantil, destacando o respeito às especificidades da infância. Fundamentado na teoria histórico-cultural de Lev Vygotsky, compreende-se a criança como um ser social, histórico e cultural, inserido em uma sociedade e capaz de produzir e transformar cultura. Essa abordagem permite entender a complexidade das relações que a criança estabelece no ambiente escolar e no contexto social. A apropriação da cultura escrita é vista como um processo rico em significado, que deve respeitar o tempo e as particularidades de cada criança, evitando antecipar etapas como a alfabetização formal. Além disso, o enfoque histórico-cultural aponta caminhos teóricos importantes para repensar o papel da criança na educação. Essa perspectiva destaca a necessidade de um planejamento pedagógico que seja inclusivo e promova a participação ativa da criança, garantindo sua vez e voz na construção do conhecimento. O trabalho do/a professor/a assume, assim, um papel crucial ao criar práticas educativas que respeitem e valorizem a infância, construindo um ambiente de aprendizagem significativo. Concluímos que a apropriação da cultura escrita na Educação Infantil deve ser conduzida de forma a preservar a essência da infância, sem desrespeitar o direito da criança ao brincar e ao explorar o mundo à sua maneira. O planejamento pedagógico precisa ser cuidadoso e reflexivo, orientado por teorias que considerem as especificidades do desenvolvimento infantil.