Cultura, política e mercado: o cinema nacional na Era Vargas

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ISSN: 2595-315X
Editor Chefe: Maria Caroline Marmerolli Tresoldi
Início Publicação: 23/09/2020
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Cultura, política e mercado: o cinema nacional na Era Vargas

Ano: 2014 | Volume: 22 | Número: 43
Autores: Assis, Paula
Autor Correspondente: Paula Assis | [email protected]

Palavras-chave: Cinema, Brasil, Getúlio vargas, Burocracia estatal, Ideologia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo analisa as condições sociais da produção do cinema nacional, especificamente durante a “Era Vargas” (1930-1945), buscando compreender as características da formação do mercado cinematográfico brasileiro. O período se destaca na história do cinema brasileiro por marcar o início das intervenções estatais no setor. Procuramos demonstrar que, durante a época em questão, a intervenção estatal acabou fomentando disputas políticas entre os setores envolvidos no segmento, principalmente entre exibição e produção. Para entender as relações entre cinema e Estado, focamos nossa atenção nos processos e conflitos envolvidos tanto na formação da burocracia estatal na área, quanto na formulação e instituição de medidas legislativas que visavam regulamentar o mercado. Verificamos que, as relações travadas entre o governo getulista com certos segmentos sociais resultaram na transformação de uma elite cultural em uma elite política, que aliada ao Estado trabalhou na consolidação de certas ideologias que contribuíram prioritariamente para a sustentação do regime político. Entre elas, uma concepção específica do uso instrumental do cinema, como meio reprodutor de certos valores que sustentavam a ideologia do governo em questão.



Resumo Inglês:

The article analyzes the social conditions of production of national cinema, specifically during the government of Getúlio Vargas (1930-1945), seeking to understand the features of the formation of the Brazilian film market. The period stands out in the history of Brazilian cinema to mark the beginning of state intervention in the sector. We demonstrate that, during the years in question, state intervention ended fomenting political disputes between the sectors involved in the segment, mostly between exhibition and production. To understand the relationship between cinema and State, we focus on processes and conflicts involved both in the formation of the state bureaucracy in the area, and in the formulation and imposition of legislative measures aimed at regulating the market. We found that, the relationships established between the Vargas government with certain social segments resulted in the transformation of a cultural elite in a political elite that the state worked together in the consolidation of certain ideologies that contributed primarily to support the political regime. Among them, a specific conception of the instrumental use of cinema as a means of reproducing certain values that supported the ideology of the government in question.