Cavalhada é um auto dramático que encena a luta entre mouros e cristãos, e que compõe a programação da Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis (GO) – esta reconhecida como patrimônio imaterial nacional em 2010. Desde a década de 1940 as cavalhadas têm sido organizadas e geridas pelo poder público com um viés turístico e do espetáculo. Esse artigo investiga como ocorreu essa orientação turística da cavalhada, as tensões entre sujeitos diversificados que emergem nesse cenário, assim como os desafios enfrentados na implementação da política do patrimônio imaterial nesse contexto. A discussão é baseada em pesquisa de campo e bibliográfica inicial realizada em 2014 sobre a Festa do Divino. Os dados e a literatura apontam para uma orientação turística do auto, protagonizada pelo poder público, que ocorre sem participação social; e ilumina atores e interesses sociais diversos no campo patrimonial, colocando desafios para as políticas do patrimônio imaterial.