uidadores de pacientes com demência vêm sendo estudados como modelos para trabalhos sobre efeitos do estresse crônico, dada sua rotina de cuidados em tempo integral, que inclui tarefas as quais variam da assistência para a realização das atividades de vida diá ria até o suporte financeiro e legal ao paciente. Tal rotina exige do cuidador habilidades de julgamento e resolução de problemas, impondo como prérequisito um nÃvel mÃnimo de funcionamento cognitivo. Este trabalho tem como objetivo revisar a literatura sobre déficits cognitivos em cuidadores de pacientes com demência. Métodos: foi realizada uma busca nas bases de dados Medline, Lilacs e PsychINFO por artigos publicados entre 1986 e 2006, utilizando-se a combinação dos termos caregiver, dementia e cognition. Constatou- se a existência de duas diferentes abordagens de estudo: uma, que buscou caracterizar o funcionamento cognitivo do cuidador dentro da população geral, e outra, que buscou relacionar o funcionamento cognitivo do cuidador com seu autocuidado e com o atendimento que é oportunizado ao paciente. A análise dos achados dos estudos indica que os cuidadores apresentam déficits de velocidade de processamento, memória de trabalho, função executiva e na recordação tardia de material declarativa, indicando a necessidade de prevenção de tais déficits e da investigação dos efeitos da depressão, dos marcadores fisiológicos, da farmacoterapia e da reabilitação cognitiva sobre a cognição dos cuidadores.