A alimentação humana é uma prática que envolve saberes e fazeres que extrapolam os domÃnios biológicos e nutricionais e derivam de percepções subjetivas e construções sociais, culturais e históricas. Este trabalho tem como objetivo desenvolver uma reflexão sobre os percursos, práticas e aprendizados alimentares de idosos que participam do Grupo de Terceira Idade (GTI) do Unilasalle/RS. Trata-se de um estudo etnográfico construÃdo a partir de observação participante e entrevistas orientadas por um roteiro semi-estruturado com perguntas sobre a história de vida alimentar, o espaço social alimentar, assim como os processos de diferenciação social advindos das práticas alimentares. Os dados preliminares apontam que as antigas práticas alimentares dos idosos pesquisados estão sustentadas sobre uma memória social alimentar que informa sobre as regras, interdições e tabus alimentares. Tal memória, modelada pela famÃlia e outros grupos de identidade significativos para eles, orienta aquilo que deve/pode ser ingerido ou não. Tais práticas alimentares tradicionais estão sendo tensionadas e/ou atualizadas a partir da interferência de conhecimentos cientÃficos propagados pela modernidade, como as novas práticas educativas desenvolvidas no GTI e os meios de comunicação em geral.
The human feeding is a practice that involves knowledge and duties that surpass the biological and nutritional domains and derive from subjective perceptions and social, cultural and historical constructions. This work has as an objective develop an alimentary reflection on the passages, practice and learning of senior’s feeding that participate of the Third Age Group (TAG) of Unilasalle/RS. This is about a ethnographic study constructed from participant comment and interviews guided by a half-structuralized script with questions about the history of alimentary life, the alimentary social space, as well as the processes of social differentiation from the alimentary practice. The preliminary data pointed that old feeding practice of the aged ones are supported on an alimentary social memory that informs about the alimentary rules, interdictions and taboos. Such memory, shaped by the family and by other significant identity groups, guides what must/can be ingested or not. Such traditional alimentary practices are being pressured and/or brought up to date by the interference of scientific knowledge propagated by the modernity, as the new educative practice developed in the GTI and the media in general.