Este artigo tem por objetivo apresentar e discutir os resultados de uma pesquisa de pós-doutorado realizada junto ao grupo de Estudos em Práticas Informacionais e Cultura (EPIC) da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais que teve por objeto uma Biblioteca subordinada à administração regional do Iphan, abrigada em um edifício tombado desde 1954, a Casa do Muxarabiê, localizada no centro de Diamantina, Minas Gerais. A biblioteca é analisada a partir do conceito de práticas informacionais engendradas pelos usuários que a frequentam (estudantes, turistas e pesquisadores) e seus profissionais em suas ações cotidianas, experiências e aprendizagens. A investigação utiliza como estratégias metodológicas a pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas com diferentes usuários. A partir da análise documental e das falas dos usuários estabelece-se questionamentos em relação ao lugar social da biblioteca como parte da paisagem e patrimônio da cidade. Postula-se que a relação entre instituição e usuários desencadeia práticas de produção de conteúdos informacionais diversificadas. Destaca-se como resultado da pesquisa que esta instituição não apresenta em suas ações cotidianas uma separação rígida entre as funções de arquivo, biblioteca e museu e, não se exibe claramente aos diferentes públicos com todas as potencialidades educativas decorrentes da riqueza de linguagens documentárias e de seus conteúdos específicos estando aberta a novas práticas informacionais.
The main objective of this article is to introduce and discuss the results of a postdoctoral study made alongside with EPIC group -Studies ininformational Practices and Culturethe in Information Science of Federal University of Minas Gerais.The object in question is a library associated with Iphan’s regional administration, and it is located in a building in the center of Diamantina, which was recognized as a national monument in 1954, the Muxarabiê house. The library is analysed through a concept of informational practicesdeveloped by its users (students, tourists and researchers) and its professionals, through their daily actions and learning experiences. The analysis uses documental research and semistructured interviews with the varied users as a methodological strategy. The questionings of the library’s social role as part of the city landscape and heritage are established through the documental analysis and the users testimonies. It is postulated that the relationship between institution and user triggers varied practices of informational content production. The fact that this institution does not present a strict separation between functions of archive, library and museum in its daily actions is highlighted as one of the results of the research. In addition to that, the library does not present itself to its different publics with all the educational potential of the documental languages and its specific contents, being opened to new informational practices.