Da Diplomacia da Ciência à Diplomacia da Educação: o caso brasileiro

Revista Conjuntura Austral

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ISSN: 21788839
Editor Chefe: André Luis Reis da Silva
Início Publicação: 31/07/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciência política

Da Diplomacia da Ciência à Diplomacia da Educação: o caso brasileiro

Ano: 2020 | Volume: 11 | Número: 54
Autores: Gabriela Gomes Coelho Ferreira, Amancio Jorge Nunes Silva de Oliveira
Autor Correspondente: Gabriela Gomes Coelho Ferreira, Amancio Jorge Nunes Silva de Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: Foreign Policy, Power, Science Diplomacy, Education Diplomacy.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O uso de recursos de soft power em estratégias inteligentes, geralmente tem sido vinculada pela literatura aos países desenvolvidos devido a uma perspectiva em que - especialmente - soft power é visto como uma extensão do hard power. No entanto, o Brasil, um país em desenvolvimento, assina Acordos Culturais desde a década de 1930, com o objetivo de usar a ciência e a educação como ferramentas diplomáticas. Este artigo tem como objetivo dar uma perspectiva histórica à diplomacia científica brasileira através da assinatura desses acordos culturais bilaterais desde a década de 1930 e seu desenvolvimento na diplomacia educacional na década de 1960. Mostramos neste artigo que o Brasil criou uma forte diplomacia científica, incorporada à sua diplomacia cultural, baseando-se na criação de uma narrativa legítima baseada na cultura, ciência e educação como alternativa à sua falta de força. Esses acordos culturais foram desenvolvidos em programas de intercâmbio nacional focados principalmente em estudantes do ensino superior desde 1965, e ainda existem hoje em dia - uma das estratégias de diplomacia da ciência (e da educação) mais longas do mundo, criando uma política externa bem-sucedida e estável, administrada pelo órgão diplomático brasileiro.



Resumo Inglês:

The use of soft power resources in smart strategies, has been usually linked by the literature with developed countries due to a perspective in which—especially—soft power is seen as an extension of hard power. However, Brazil, a developing country, has been signing Cultural Agreements since 1930s aiming to use science and education as diplomatic tools. This paper aims to give an historical perspective to the Brazilian science diplomacy through the signature of these bilateral cultural agreements since de 1930’s, and its development into education diplomacy in the 1960’s. We show in this paper that Brazil created a strong science diplomacy, embedded into its cultural diplomacy, by relying on the creation of a legitimate narrative based on culture, science and education as an alternative for its lack of hard power. These cultural agreements were developed into national exchange programmes focusing mainly on higher education students since 1965, and they exist still nowadays—as one of the world longest science (and education) diplomacy strategies of its kind, creating a successful and steady foreign policy managed by the Brazilian diplomatic body.