Da forma para função ou da função para forma?

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ISSN: 1980-1858
Editor Chefe: Kelcilene Grácia-Rodrigues
Início Publicação: 01/08/2005
Periodicidade: Trimestral

Da forma para função ou da função para forma?

Ano: 2011 | Volume: 7 | Número: 13
Autores: Raquel Meister Ko. Freitag, Sebastião Carlos Leite Gonçalves
Autor Correspondente: R. M. Ko. Freitag, S. C. L. Gonçalves | [email protected]

Palavras-chave: gramaticalização, variação, forma, função, TAM

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, lidamos com duas diretivas para estudos da mudança linguística, via gramaticalização: da forma para a função e da função para a forma. Tais opções teórico-metodológicas requerem que se reconheçam atuantes na gramaticalização dois princípios, por meio dos quais tornam viáveis estudos na interface gramaticalização e variação: o principio da estratificação, que prediz que formas que se gramaticalizam passam a coexistir, num mesmo domínio funcional, com formas antigas funcionalmente equivalentes, e o princípio da divergência, que postula que uma forma pode desenvolver múltiplas funções no curso de sua gramaticalização, uma das quais revestida de estatuto mais gramatical do que sua congênere lexical (HOPPER, 1991). Na investigação da gramaticalização de formas e de funções, torna-se fundamental a apuração das frequências token (forma) e type (função) (BYBEE, 2003). Para mostrar a viabilidade da conjugação desses diferentes critérios, reinterpretamos, neste artigo, resultados de três estudos de casos envolvendo gramaticalização de Tempo, Aspecto e Modo/Modalidade, em duas variedades do português brasileiro. Na direção forma função, apresentamos resultados do estudo da gramaticalização da perífrase ir+infinitivo (FONSECA, 2010) e, na direção função forma, resultados da gramaticalização no domínio funcional de aspecto (FERNANDES, 2010) e no domínio funcional de tempo passado (FREITAG, 2007; COAN, 1997). Os resultados mostram que a opção por uma das diretivas pode determinar a adoção de critérios mais seguros para a proposição de trajetórias de gramaticalização.



Resumo Inglês:

In this article, we address two directions for studies of language change whereby grammaticalization: from form to function and from function to form. These theoretical and methodological options are associated to two principles of grammaticalization by which studies in the interface variation and grammaticalization are feasible: layering principle, which predicts that grammaticalized forms coexist in the same functional domain with old forms, and divergence principle, which postulates that a form in grammaticalization can developed multiples functions, one of which covered more grammatical status than its lexical counterpart (HOPPER, 1991, 1996). In the investigation of grammaticalization, it is essencial to determine type and token frequency (BYBEE, 2003). Combining these different criteria, we reinterpreted, in this paper, results of three case studies involving grammaticalization of tense, aspect and mode/modality in two varieties of Brazilian Portuguese. In the form function way, we present results of the study of grammaticalization of ir (´go´)+infinitive (FONSECA, 2010); in the function form way, we present results from grammaticalization in functional domains of aspect (FERNANDES, 2010) and past time (FREITAG, 2007, COAN, 1997). The results show that choosing one of the directives can determine adoption of criteria for safer proposition of grammaticalization paths.