Da grota à Aldeia Mãe Jovina: mobilidade, território e construção identitária étnica entre os Xukuru-Kariri em Taquarana (AL)

Revista Mundaú

Endereço:
Avenida Lourival Melo Mota - S/n - Tabuleiro do Martins
Maceió / AL
57072-900
Site: http://www.seer.ufal.br/index.php/revistamundau
Telefone: (82) 3214-1322
ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

Da grota à Aldeia Mãe Jovina: mobilidade, território e construção identitária étnica entre os Xukuru-Kariri em Taquarana (AL)

Ano: 2020 | Volume: 0 | Número: 8
Autores: Wemerson Ferreira da Silva
Autor Correspondente: Wemerson Ferreira da Silva | [email protected]

Palavras-chave: Família, Identidade étnica, Território, Mobilidade, Xukuru-Kariri

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo analisa um processo de construção identitária étnica recentemente iniciado entre três famílias extensas indígenas que vivem no município de Taquarana (AL), no agreste do estado de Alagoas. Tal processo foi desencadeado por conflitos com um fazendeiro local que, nas interpretações dessas famílias, poderiam levá-las a perder as terras que habitam desde as primeiras décadas do século XX. Isso as levou a demandarem, em 2014, que a Fundação Nacional do Índio demarcasse a área que ocupam como Terra Indígena e deflagrou um processo de reelaboração sociocultural no qual elas são alguns dos protagonistas. Ao longo do texto são discutidos os processos de mobilidade e a dinâmica do território ocupado por esses Xukuru-Kariri – o grupo étnico ao qual tais famílias que estão em Taquarana reivindicaram então pertencer – e o modo como esses conflitos e reivindicações os têm levado a um processo de etnificação de suas expressões culturais.



Resumo Inglês:

This article analyzes a process of ethnic identity construction recently initiated among three extended indigenous families who live in the municipality of Taquarana (AL), Alagoas’ “agreste” region. This process was triggered by conflicts with a local farmer who, in the interpretations of these families, could lead them to lose the land they have inhabited since the first decades of the 20th century. This led them to demand, in 2014, that the National Indian Foundation demarcate the area they occupy as an Indigenous Land and triggered a process of socio-cultural re-elaboration in which they are some of the protagonists. Throughout the text, the processes of mobility and the dynamics of the territory occupied by these Xukuru-Kariri are discussed – the ethnic group to which these families in Taquarana then claimed to belong – and the way in which these conflicts and claims have led them to a process of ethnification of their cultural expressions.



Resumo Espanhol:

Este artículo analiza el proceso de construcción de la identidad étnica protagonizado recientemente por tres familias extensas indígenas que viven en el municipio de Taquarana (AL), en el “agreste” del estado de Alagoas. Este proceso fue provocado por conflictos con un propietario de tierra local que, en las interpretaciones de estas familias, podría llevarlas a perder la tierra que han habitado desde las primeras décadas del siglo XX. Esto las llevó a exigir, en 2014, que la Fundación Nacional del Indio demarcara el área que ocupan como Tierra Indígena, lo que desencadenó un proceso de reelaboración sociocultural movilizado por ellas y por otros protagonistas. A lo largo del texto, son discutidos los procesos de movilidad y la dinámica del territorio ocupado por los XukuruKariri, el grupo étnico al que estas familias en Taquarana afirmaron pertenecer, y la forma en que estos conflictos y reclamos los han llevado a un proceso de etnificación de sus expresiones culturales.



Resumo Francês:

Cet article analyse un processus de construction de l'identité ethnique récemment initié parmi trois familles autochtones élargies qui vivent dans la municipalité de Taquarana (AL), dans la campagne de l'État d'Alagoas. Ce processus a été déclenché par des conflits avec un agriculteur local qui, selon l'interprétation de ces familles, pourrait les amener à perdre la terre qu'ils habitent depuis les premières décennies du XXe siècle. Cela les a amenés à exiger, en 2014, que la National Indian Foundation délimite la zone qu'ils occupent en tant que terre indigène et a déclenché un processus de réélaboration socioculturelle dont ils font partie des protagonistes. Tout au long du texte, les processus de mobilité et la dynamique du territoire occupé par ces Xukuru-Kariri sont discutés – le groupe ethnique auquel ces familles de Taquarana ont ensuite prétendu appartenir – et la manière dont ces conflits et revendications les ont conduits à un processus d'ethnification de leurs expressions culturelles.