Este trabalho aborda a busca kantiana pela definição do método da filosofia no que tange à posição, apresentada na Investigação, de que a filosofia segue um método exclusivamente analítico e à retomada dessa posição, na Crítica da razão pura, com a tese de que à filosofia cabe a especificidade do método sintético a priori. Inicialmente, é considerada a posição da década de 1760, quanto à afirmação da certeza de que a filosofia possui um método distinto da matemática e à descrição das regras que visam à sustentação do seu proceder característico. Depois, num segundo momento, é especificada a posição crítica sobre o método da filosofia enquanto ancorada na autossuficiência das faculdades da sensibilidade e do entendimento e na necessidade da sua correlação para fundamentação do conhecimento humano. A conclusão apresentada é a de que a Dedução das Categorias, de acordo com a sua estruturação no argumento da segunda edição da Crítica, é a resposta de Kant para a definição do método próprio de investigação da filosofia.
This paper aims at approaching Kant’s search for a particular method to philosophy as regards his view, presented in the Inquiry, that it exclusively holds an analytical method as well as the reconsideration of this view, in Critique of pure reason,on the ground of the thesis that philosophy demands a synthetic a priori method. At first, Kant’s view in the 1760s, in what matters to the insistence that philosophy should not count on mathematical method and the description of the rules which would ground its own procedure, is set forth. After that, Kant’s critical view on the method of philosophy based upon both the self-sufficiency of the understanding and sensibility and their correlation in human cognition is taken into account. The conclusion reached isthat the argument of the Deduction of the Categories, as it is laid out in the second edition of the Critique, holds Kant’s decisive answer to the determination of a unique method of investigation to philosophy.