Da menina com seu livro à mulher com seu amante: o conto "Felicidade Clandestina", de Clarice Lispector e a concepção de direito à literatura segundo Antonio Candido

Revista Avant

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ISSN: 2526-9879
Editor Chefe: Christian Souza Pioner e Milena Ovídio Valoura
Início Publicação: 16/03/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Direito

Da menina com seu livro à mulher com seu amante: o conto "Felicidade Clandestina", de Clarice Lispector e a concepção de direito à literatura segundo Antonio Candido

Ano: 2022 | Volume: 6 | Número: 2
Autores: André Rodrigues Pádua, Júlia Veiga Camacho
Autor Correspondente: André Rodrigues Pádua | [email protected]

Palavras-chave: Direito, Literatura, Conto, Clarice Lispector, Antonio Candido

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A concepção atual de Direitos Humanos considera o indivíduo em sua subjetividade, e tal aspecto foi, ao longo da história, juridicamente amparado. Nesse sentido, Antonio Candidomem seu ensaio “Direito à Literatura” explora como a dimensão literária é intrínseca a essa subjetividade, e imprescindível ao que denomina de processo humanizador do sujeito. Este artigo tem como objetivo analisar de que forma a literatura pode se inserir como um direito no âmbito da compreensão atualmente prevalecente acerca dos Direitos Humanos, partindo-se do processo de humanização descrito por Candido, e como esse processo é ilustrado no conto “Felicidade Clandestina” de Clarice Lispector. Assim, primeiramente estudar-se-á a atual concepção de Direitos Humanos, considerando a literatura como aspecto essencial para a formação e humanização dos indivíduos, em Candido. Após, analisar-se-á o conto de Lispector descritivamente, através da teoria literária, e interpretativamente, em relação aos conceitos de Candido, concluindo-se por como este conto ilustra o aspecto essencial humanizador da literatura.



Resumo Inglês:

The current conception of Human Rights considers the individual in his subjectivity, and this aspect has been legally supported throughout history. In this sense, Antonio Candido in his essay “Right to Literature” explores how the literary dimension is intrinsic to this subjectivity, and essential to what he calls the humanizing process of the subject. This article aims to analyze how literature can be inserted as a right in the scope of the currently prevailing understanding of Human Rights, starting from the humanization process described by Candido, and how this process is illustrated in the short story “Felicidade Clandestina ” by Clarice Lispector. Thus, firstly, the current conception of Human Rights will be studied considering literature as an essential aspect for the individuals’ formation and humanization, in Candido. Afterwards, Lispector's tale will be analyzed descriptively, through literary theory, and interpretively, in relation to Candido's concepts, concluding how this tale illustrates literature’s essential humanizing aspect.