Apresentamos aqui uma visada sobre os entrelaçamentos entre musicoterapia e psicanálise. Esta pesquisa está sistematizada como um estudo epitemológico. Neste escopo, partimos do estudo abrangente sobre a constituição da musicoterapia como ciência, incluindo uma discussão sobre como se deu a mudança discursiva do uso terapêutico da música com bases mágicas e religiosas, para a musicoterapia como prática científica. Enfatizamos, também, que a musicoterapia se constitui como ciência pautada em conceitos de outras bases teóricas, que não a sua própria. E que a psicanálise aparece na história da musicoterapia, em especial no Brasil, como uma das primeiras teorias com que a musicoterapia se entrelaça. Dessa forma, em seguida, procedeu-se a articulação entre musicoterapia e psicanálise, apoiadas por autores que se propõem a este tema, tais como Lecourt, Benenzon, Pellizzari, especialmente em seu livro Musicoterapia psicoanalítica (1993),e Cirigliano. Notamos que, apesar da grande diversidade de leituras acerca do entrelaçamento entre musicoterapia e psicanálise, há alguns pontos em comum neste campo híbrido. Alguns conceitos psicanalíticos são fundamentos para a prática dos autores pesquisados, como o conceito de Inconsciente postulado por Freud e a noção de transferência.
We present here a look at the intertwining between music therapy and psychoanalysis. This research is systematized as an epistemological study. In this scope, we move from the comprehensive study on the constitution of music therapy as science, including a discussion about how the discursive change of the therapeutic use of music with magical and religious basis took place, to music therapy as a scientific practice. We also emphasize that music therapy is a science guided by concepts from other theoretical bases than its own. And that psychoanalysis arises in the history of music therapy, especially in Brazil, as one of the first theories with which music therapy intertwines. Thus, we proceeded to the articulation between music therapy and psychoanalysis, supported by authors who propose to this theme, such as Lecourt, Benenzon, Pellizzari, especially in her book Psychoanalytic Music Therapy (1993), and Cirigliano. We note that, despite the great diversity of readings about the interweaving of music therapy and psychoanalysis, there are some commonalities in this hybrid field. Some psychoanalytical concepts are foundations for the practice of the researched authors, such as the concept of the Unconscious postulated by Freud and the notion of transference.