O presente artigo é um ensaio sobre as possibilidades oriundas de distintas construções do conceito de natureza e a longa série de binarismos que pode daà advir: natureza e artifÃcio, natureza e homem, natureza e cultura, etc. Desde a antiguidade até os nossos dias o construto “natural†serve para garantir unidade, estabilidade e harmonia para a ontologia, impedindo que o devir e a diferença maculem as simetrias do ser. No entanto, desde a mesma antiguidade temos uma série de propostas alternativas a este mundo: são perspectivas que afirmam o mundo como uma relação em devir, vendo tensão e criação como base da ontologia do mesmo. Um destes mundos é o que nos é apresentado pela filosofia de Gilbert Simondon: singularidades nômades em relação, tensão, disparando, transduzindo, produzindo um ser metaestável que torna patente ao nosso pensamento a impossibilidade de separar o artifÃcio da natureza, diluindo toda a série conseqüente de binarismos que daà decorrem. Tal perspectiva nos abre a possibilidade de pensar a tecnologia de outras maneiras, para além das tecnofilias progressistas ou tecnofobias apocalÃpticas, esquecendo a lógica da dominação e substituição para poder pensar a relação homem-tecnologia a partir de uma ética da diferença.
This article is an essay about the possibilities derived from various notions of the concept of nature and the long series of binarisms that come about: nature and artifice, nature and man, nature and culture, etc. Since antiquity to our days , the idea of “natural†is useful to guarantee unity, stability and harmony for the ontology, preventing that the coming into being and the difference maculate the symmetries of being. However, since the same antiquity we have a series of alternative proposals to this world: they are perspectives that consider the movement of becoming the world, between tension and creation. One of these worlds is presentend by Gilbert Simondon’s philosophy: nomad singularities in relation, tension, transduction, all producing a metastable being which sees the impossibility of separating artifice and nature, rendering all the consequent binarims that may occur. Such perspective opens to the possibility to think about technology in a different way, surpassing technophylias and tecnophobias, the logic of domination and replacement to think a relation man-technology from the ethics of difference.