Diferentes definições do conceito de paisagem vêm sendo discutidas e empregadas na Geografia desde seu surgimento enquanto ciência. No entanto, ainda que alguns admitam a(s) dinâmica(s) existente(s) na paisagem, poucos são os que a encarem além do visual. Com isso, minimizam as possibilidades de ensino acerca da realidade, dificultando o re-conhecimento dos elementos constituintes da paisagem e de sua dinâmica cultural. O presente trabalho relata a experiência da oficina “Percussivos e Eletrônicos: a paisagem sonora e a músicaâ€, ofertada no III Festival de Arte da Rede Estudantil do Paraná, no municÃpio de Francisco Beltrão em abril de 2006, na qual participaram jovens de 11 a 18 anos matriculados na rede pública de ensino. Pretende ainda contribuir para o pensamento geográfico, apontando caminhos dentro da geografia humana e cultural, apoiados na fenomenologia da percepção. Prática e produção musical foram propostas utilizadas na oficina para se pensar a paisagem sonora como elemento produzido pela cultura, e influenciador na sua “construçãoâ€. Através da paisagem sonora explorou-se a sensibilização auditiva e as reflexões acerca de sua influência na cultura, e vice-versa. A produção musical dialogou com instrumentos tradicionais (percussão), modernos (elétricos) e contemporâneos (eletrônicos), trabalhando letra, melodia e harmonia. Dessa forma, a metodologia consistiu em discussões teóricas e exercÃcios práticos, resultando em músicas identitárias, com letras que retratavam as realidades vividas pelos jovens, e ritmos marcados pela influência da cultura gaúcha presente naquela região.