Este artigo tem como objetivo analisar se a cultura afro-brasileira é de fato trabalhada nas escolas de educação infantil e se sim, de que forma isso se efetiva e como as crianças reagem. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa interveniente com crianças de 3 e 4 anos em uma instituição de ensino pública e em outra privada, apresentando-lhes um conto de fadas com personagens negros, somada ainda à realização de entrevistas com as professoras dessas escolas para verificar suas perspectivas e iniciativas didáticas em torno do assunto. O suporte teórico foi firmado nos constructos de Michel Foucault e Erving Goffmann, dialogando com o conceito de normalização e de estigma, respectivamente, os quais fornecem uma possibilidade analítica acerca das reações das crianças e dos posicionamentos das professoras. Através dessa estratégia, verificou-se que, apesar de respaldado por lei, o estudo da cultura não é assegurado, acabando por causar um distanciamento da cultura afro-brasileira e uma dificuldade na construção da identidade da criança.
This article has the objective of analyzing if the afro brazilian culture has been worked on the early childhood education and if so, how do the children react to it. To this end, it undertook an intervening research with 3 and 4 year old kids, in both public and private school, presenting them a fairy tale with black characters, added to the realization of interviews with the teachers of those schools to verify their perspective and educational initiatives of the subject. The theoritical support was established in the constructs of Michel Foucault and Erving Goffman, dialoguing with the concept of normalization and stigma respectively, which provides an analytic possibility about the reactions of the kids and the positioning of the Teachers. Through this strategy, it was verified that although supported by law, the study of afro-brazilian culture is not ensured and thus causes a cultural detachment and a dificulty in constructing the child’s identity.