Os leitores deste artigo são convidados a dançar com a ambiguidade, ou seja, a se envolver com as incertezas inerentes à complexa rede relacional sistêmica que constitui a vida na Terra. Ao considerarmos as dimensões cultural, biológica e linguística que constituímos e pelas quais somos constituídos, podemos discernir que geramos restrições que possibilitam alguns aspectos da vida, ao mesmo tempo que restringem e até obscurecem outras possibilidades. À medida que reconhecemos que as distinções que fizemos se baseiam apenas nas regularidades mais óbvias e recorrentes, podemos reconhecer novas possibilidades na forma como vivemos as nossas vidas e, portanto, nas culturas e paisagens que geramos. O uso da metáfora da dança encoraja a nos envolvermos em uma interação multidimensional com o fluxo do nosso meio em mudança. Envolvendo-nos como se estivéssemos dançando, a maravilhosa emoção da dúvida pode substituir nosso desejo de certeza. Viver esta maravilhosa experiência da dúvida pode servir como um convite ao caminho da sabedoria. Além disso, esta exploração encoraja-nos a refletir sobre as emoções que sustentam as nossas vidas individuais e a assumir uma postura responsável em relação às escolhas que fazemos como espécie.
Tradução: Carlos Alberto Mourthé Júnior