No imbricamento entre a dimensão estilÃstica e o conteúdo
positivo das teses filosóficas de sua obra, a autobiografia surge para
Nietzsche como o dispositivo segundo o qual ambos se reúnem, tornando-
se indissociáveis. Esse procedimento é evidente em textos como
Ecce Homo, mas está presente em textos muito mais antigos, como as
tentativas autobiográficas de sua época de estudante secundarista. A
análise do surgimento, nesse momento, do problema da escritura de si
mesmo como prática polÃtico-filosófica pode nos levar a propor um
princÃpio estratégico coerente para a leitura dos escritos de Nietzsche
como “obraâ€.
At the carrefour between the stylistic dimension and the positive
content of the philosophical thesis in his works, autobiography rises
as the device according to which both of them are reunite, becoming
indissociable. This procedure is obvious in texts like Ecce Homo, but it is
already present in older works, like the autobiographical essays from his
secondary school time. The analysis of how, at this point, the problem of
the writing of oneself as a political-philosophical practice comes up, can
lead us to propose a coherent strategical principle to the reading of
Nietzsche’s writings as “workâ€.