O propósito deste artigo é o de ponderar sobre o sentimento depertencer a denominações religiosas evangélicas, em particularsobre os efeitos desta ‘escolha’ na famÃlia. Embora o ‘corpo’ sejatomado como importante recurso à compreensão das transformaçõesdo self – processo inaugurado com a conversão ou adoção devalores religiosos – os conflitos, acusações e tensões gerados pelopertencimento religioso na rede familiar são fonte interessantepara o entendimento da conversão na contemporaneidade. Apartir da análise de três histórias contadas por membros de umamesma famÃlia – e apoiada em uma dezena de outros dados etnográficoscoletados em campo – aponto para a dimensão formativadas narrativas de conversão: ao narrar seus percursos de conversãoas pessoas estão contando histórias de um processo formativo de traduçãode ‘si’ e de uma condição biográfica, de compreensão dasua própria trajetória de vida através de uma leitura que as leva aassumir a condição de atores.