Nos anos finais da administração Clinton (1994-2001) e, destacadamente, durante a Guerra contra o Terror (GcT), a interação entre os Estados Unidos (EUA) e a África se intensificou. Por simbolizar certo contraponto ao histórico distanciamento, ao menos nas relações internacionais, entre as partes, esta proximidade nos leva ao seguinte questionamento: a presença dos EUA representou, ou não, rompimento com a condição marginal do continente africano nos interesses de Washington? Pautando-se nesta questão, o artigo se propõe a compreender o lugar da África na política externa dos Estados Unidos entre 2001 e 2020, e defender a hipótese de que não houve tal rompimento. Primeiramente porque durante as administrações Bush (2001-2009) e Obama (2009-2017), o predomínio de iniciativas direcionadas a segurança indicou a continuidade do enquadramento da África nos interesses dos EUA no âmbito sistêmico, e não necessariamente a mudança de status deste continente na política externa norte-americana. Em segundo, porque o desinteresse pela África foi predominante ao longo do governo Trump (2017-2021). Em termos metodológicos, o artigo será desenvolvido a partir de revisão bibliográfica de caráter variado, composto por livros, artigos, revistas acadêmicas, documentos oficiais, relatórios, dentre outras fontes consideradas relevantes ao tema.
In the final years of the Clinton administration (1994-2001) and, most notably, during the War on Terror (GcT), United States of America (USA) and Africa relations were intensified. As it symbolizes a certain counterpoint to the historical distance, at least in international relations, between USA and African countries, this proximity leads us to the following question: did the presence of the United States represent, or not, a break with the marginal condition of the African continent in Washington's interests? Based on this issue, the article proposes to understand the Africa in the foreign policy of the United States between 2001 and 2020, and to defend the hypothesis that there was no such break. Firstly, during the Bush (2001-2009) and Obama (2009-2017) administrations, the predominance of security-oriented initiatives indicated the continuity of the USA in including Africa to its systemic interests, and does not necessarily reflect the changing status of this continent in U.S. foreign policy. Second, because disinterest in Africa was prevalent throughout the Trump administration (2017-2021). In methodological terms, the article will be developed from a bibliographic review, composed of books, articles, academic journals, official documents, reports, among other sources considered relevant to the theme.