O presente artigo visa abordar as consequências do Golpe Civil-Militar de 1964 no processo de formulação da política externa brasileira. Nossa ênfase recai sobre dois paradigmas de inserção externa: o americanismo e o globalismo. A Política Externa Independente (PEI), formulada nos marcos dos governos de Jânio Quadros e de João Goulart, vinculava-se à perspectiva globalista, apresentando uma nova concepção acerca da relevância da diversificação de parceiros e da multilateralização. A inflexão promovida por Castello Branco, no imediato pós-golpe, motivou o retorno de uma visão acrítica do americanismo, motivo pelo qual foi progressivamente sendo rechaçada pelos próprios militares, até redundar no Pragmatismo Ecumênico e Responsável de Ernesto Geisel, espécie de readaptação dos preceitos da PEI sob um novo contexto histórico. Buscar-se-á, portanto, elucidar as razões por trás da reorientação da projeção externa brasileira aplicada no imediato pós-golpe, assim como as linhas gerais da PEI e uma breve análise do contraste desta em relação à diplomacia de Castello Branco.
Palavras-chave: Americanismo; Globalismo; Política Externa Independente; Golpe de 1964; Relações Internacionais.
This article aims to address the consequences of the 1964 Civil-Military Coup in the formulation of Brazilian foreign policy. Our emphasis is on two paradigms of international insertion: Americanism and globalism. The Independent Foreign Policy (PEI), formulated within the framework of governments of Quadros and João Goulart, was linked to the globalist perspective, presenting a new conception of the importance of diversification and multilateralisation partners. The inflection promoted by Castello Branco, in the post-coup immediately prompted the return of an uncritical vision of Americanism, why was gradually being rejected by the military itself, to result in Pragmatism Ecumenical and Ernesto Geisel Responsible, kind of rehabilitation of the precepts the PEI under a new historical context. Search It will therefore elucidate the reasons behind the reorientation of Brazilian foreign projection applied immediately after the coup, as well as the general lines of PEI and a brief analysis of this contrast in relation to the diplomacy of Castello Branco.
Keywords: Americanism; Globalism; Independent foreign policy; Coup in 1964; International relations.