Como a ciência está cada vez mais politizada, como demonstra o debate acerca dos transgênicos e da mudança climática global (efeito estufa), a exigência da precisão conceitual torna-se, exatamente por isso, ainda mais necessária. É sabido desde Francis Bacon e reiterado, mais recentemente, por Michel Foucault, que 'saber é poder'. Embora não haja consenso na comunidade científica quanto ao tratamento a ser dado a essa complexa relação, o fato é que a história recente vem nos obrigando a dedicarmos mais atenção ao tema. Desde 1945, com o uso da bomba atômica, que a ciência tem se tornado um assunto sério demais para ficar nas mãos dos cientistas, se me permitem me apropriar da máxima de Clausewitz, o teórico da guerra. No caso da bomba atômica, a relação entre o conhecimento científico e poder, por meio da guerra, ficou por demais explícita. Entretanto, mais recentemente, essa relação entre conhecimento científico e poder vem se tornando mais banal, ao chegar mais perto do nosso cotidiano por meio de questões como nossos alimentos, remédios e das mudanças climáticas (que embora global, atinge de modo desigual as diferentes regiões e os diferentes grupos sociais no mundo, vide ilhas ao longo dos Oceanos Pacífico e Índico).