Definições populares empregadas por trinta falantes do português brasileiro para expressarem o conceito transmitido pelos supraordenados de nove categorias semânticas são analisadas à luz do modelo psicolingüístico de categorização semântica proposto por Markovitz (1977). As respostas dos sujeitos ao descreverem atributos e funções associadas com o conceito da categoria foram comparadas com respostas obtidas por um grupo de setenta e seis sujeitos falantes do inglês americano que participaram de um estudo similar realizado por aquela autora. Embora os resultados da análise apontem para uma estreita correspondência lingüística entre os comportamentos dos dois grupos, eles destacam o fato de que peculiaridades específicas à cultura também existem e estas irão governar a freqüência e o uso de certas relações semânticas. Espera-se que a análise relatada neste artigo sirva como um pequeno passo para lançar luz sobre o fato de que a formação de conceitos reflete o contexto sócio-cultural onde estes são construidos.