Neste artigo discute-se o papel que a incorporação de uma determinada linguagem de direitos por parte dos moradores de
favelas pode ocupar no constrangimento de práticas abusivas e ilegais cometidas por policiais. Privilegiam-se as narrativas
e categorias locais. Isto implica dizer que o dito pelos interlocutores não é enquadrado em categorias sociológicas genéricas
e descontextualizadas do sentido atribuÃdo por eles. São os modelos explicativos, ou a “sociologia nativaâ€, que permitem
compreender devidamente o conteúdo de suas demandas. Os argumentos e dados apresentados são provenientes
da etnografia realizada entre os anos de 2001 e 2007, nas favelas do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro.